sábado, 1 de janeiro de 2011

Missão

Depois que Jesus acalmou a tempestade, eis que chega a Gerasa, leste do mar da Galileia. Ali ele tinha um encontro muito importante com dois homens.
Quem seriam pessoas importantes ao ponto de levar o próprio Deus a atravessar um mar revoltado na companhia de 12 homens covardes? Seriam chefes de estado, executivos renomados, líderes da ONU? Não, o Rei dos reis se deslocou numa viagem tão dispendiosa somente para ir ao encontro de dois mendigos loucos. Sim, assim que nós os classificaríamos se os víssemos.
Esses dois homens moravam entre os sepulcros de um cemitério, um lugar nada agradável de se morar, com ares de podridão, cheio de vermes. Também não usavam roupas e, frequentemente, cortavam seus corpos com aquelas mesmas pedras, repletas de bactérias que existiam por ali. Por algumas vezes os moradores da redondeza os aprisionavam com correntes de ferro, mas nada podia detê-los, a todas quebravam. Seus cabelos eram desgrenhados, barba grande, corpo sujo, mas o que estava mais sujo ali era o seu interior.
Logo que Jesus desembarcou a legião de demônios que se apoderava dos dois infelizes se rebelaram. Legião é o substantivo coletivo de soldados, anjos ou demônios. Na época do novo testamento uma legião de soldados possuía cerca de seis mil homens. Essa era a quantidade aproximada de demônios que habitavam aqueles dois corpos.
Você já imaginou o que é viver oprimido por um espírito mal? Ter pensamentos roubados, praticar atos contra a vontade, comportamento violento... agora multiplique isso por 6 mil. Aqueles homens não tinham mais família, muito menos amigos. Eram temidos ao ponto de ninguém querer andar por perto do cemitério. Seus corpos viviam em carne viva, cheio de infecções. Eles não recebiam amor, palavras de carinho, não tinham comida quentinha para matar a fome e nem uma cama para relaxar seus músculos. Esses homens eram totalmente infelizes. Nos momentos de lucidez eles sofriam e se sentiam rejeitados, com dor, fome, frio. A morte poderia parecer opção melhor que viver. Mas não era.
Jesus deu o primeiro passo, foi ao seu encontro e trazia um presente: vida e vida em abundância. Os demônios resmungaram, esbravejaram, lamentaram, mas não tinha jeito aquelas casas agora eram de outro dono, seriam templos do Espírito Santo. A multidão de espíritos despejada de casa procura numa manada de porcos, animal pela lei considerado impuro, morada, no entanto tamanha era a opressão de tantos espíritos que nem uma manada de dois mil porcos suportou, todos precipitaram-se no mar.
Toda a região soube da notícia pelos donos dos porcos e vieram conferir com os próprios olhos. Provavelmente os corpos dos porcos estavam estirados na praia, mas os homens estavam libertos, vestidos e em seu juízo perfeito, mais perfeito que nunca: aos pés de Jesus.
Todas as pessoas que viram essa cena tiveram motivos de sobra para glorificar, louvar a Deus pelo milagre de mudar as vidas daqueles dois, mas a reação foi outra, valorizaram mais o prejuízo da morte dos porcos, que aliás, era contra a lei e quiseram, insistiram para que Deus fosse embora antes que desse mais prejuízos.
Quando Jesus estava para embarcar um dos homens libertos, talvez o que fora mais assolado, pede para acompanhar Jesus e ser um missionário, testemunhar ao mundo o milagre que recebera. Como seria útil pregar por toda a parte, ser a prova material do poder de Deus. Ganhar o mundo para Cristo. A vontade de falar de Cristo é um desejo de todo cristão autêntico     (“todo cristão quer ser missionário, ou então não é cristão.”) e a idéia de se lançar pelo mundo pregando o evangelho a toda a criatura é um outro desejo que todo crente já sentiu, nem que seja ao se converter. Agora você já imaginou o potencial que esse homem teria como missionário? Ele mais que ninguém conheceu o inferno e poderia provar todas as suas desvantagens como ninguém, fora prisioneiro não de um, mas dos demônios no coletivo, sabia melhor que ninguém que não valia a pena aquele caminho. Só suportou tudo porque Deus tinha planos tremendos para a sua vida e foi salvo pelo próprio Jesus, podia vê-lo, tocá-lo e mais: Jesus foi a Gerasa só por ele.
Através de sua experiência multidões poderiam ser salvas e são, até hoje, entretanto Jesus preferiu que ele fosse missionário da sua própria terra.
 Ele foi embora contando as dez cidades da região o que o Senhor lhe fizera e muitos foram impactados.
Vista aérea de Alterosa MG
Antes de ganharmos o mundo para Cristo podemos começar ganhando quem está na sala de nossa casa, quem está na nossa escola, no trabalho, na nossa rua. A nossa cidade também precisa de missionários.

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