sexta-feira, 8 de abril de 2011

O que é um verdadeiro pastor?


Jornal  da IPI do Brasil O Estandarte:

Parábola da Ovelha Perdida, que pode ser estudada em Mateus 18.12-14 e Lucas 15.4-7.
Certa ocasião, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram perto de Jesus para o ouvir.
Os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus, dizendo:
— Este homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles.
Então Jesus contou esta parábola:
— Se algum de vocês tem cem ovelhas e perde uma, por acaso não vai procurá-la? Assim, deixa no campo as outras noventa e nove e vai procurar a ovelha perdida até achá-la.
Quando a encontra, fica muito contente e volta com ela nos ombros.
Chegando à sua casa, chama os amigos e vizinhos e diz: “Alegrem-se comigo porque achei a minha ovelha perdida.”
— Pois eu lhes digo que assim também vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam se arrepender.

Essa parábola faz-me lembrar de meu pai. Não! meu outro pai, o daqui da terra. Meu pai mora em um sítio e entre as principais atividades que executa lá está a de retireiro, vaqueiro. Para isso ele acorda de madrugada todos os dias, de segunda a segunda e vai tirar o leite. Então ele chama cada uma das vacas pelo nome e é incrível como elas respondem ao seu chamado, aproximando-se e deixando-se amarrar e ordenhar. Elas obedecem a sua voz, não acontece com mais ninguém. Quando termina a ordenha ele cura as que estiverem feridas ou precisando de remédios e vitaminas, leva-as ao pasto; Vê se a cerca está ok, para nenhuma sair na estrada e ser atropeladas por carros, ou se perder. Quando volta ao curral ele limpa tudo; Mais tarde coloca silagem nos cochos e põe o gado para comer, vai até o bebedouro olha se tem água e se ela está vindo normalmente; À tarde trás as vacas que têm bezerros pequenos e coloca a turminha para mamar. Quando algum bezerrinho fica sem mãe, meu pai se torna a mãe do bezerrinho. Sim, ele dá leite na mamadeira para eles, até que eles aprendam a tomar no balde. Para ensiná-los ele coloca a mão dentro do leite e incentiva os bichinhos a chuparem seu dedo. Acho que ele passa maior parte de seus dias em meio ao seu rebanho, porque esse é sua responsabilidade, já que é seu dono. Diante de tanta dedicação minha mãe teria de reclamar que meu pai passa mais tempo com as vacas do que com ela, mas não, ela o admira também.
O mais bonito no trabalho do meu pai é quando ele percebe que uma vaca se afastou do grupo. Todo dia ele conta todo o rebanho, conhece cada animal pelo nome e, quando um não está presente, então ele sai procurando. São 22 alqueires de pastagem e ele anda em todos até encontrar. Se não encontrar ele sai procurando pelos sítios vizinhos, mas ele não desiste.
Nessa procura ele tem de andar pela pedreira, que é uma ladeira íngrime onde mal paramos em pé, ele tem de atravessar o brejo com mato alto e cheio de cobras, tem de se embrenhar no mato fechado da reserva florestal, lugar que nem se vê o sol direito. Tem de passar perto de colmeias de abelhas, marimbondos, pular o ribeirão, subir uma verdadeira serra. Contudo ele não se importa, ele vai. E se for preciso ele vai todos os dias, várias vezes ao dia, pois a ideia de pensar que algum membro de seu rebanho pode estar em perigo, entristece seu coração. Às vezes ele volta tocando o garrote ou a novilha rebelde que fugiu ou o boi que foi brigar com touro do vizinho, outras vem tocando devagar uma vaca que acabara de dar a luz a um pequeno e bonitinho filhote e meu pai vem ajudando-o a andar, mas se no caminho ele demonstrar que quer dar sua primeira mamada, meu pai para e espera com calma ele encher sua barriga. Quando o bezerrinho está fraco, meu pai carrega-o no colo até chegar à casa, onde ele tem um quartinho com outros bezerrinhos da sua idade. Quando eles chegam, meu pai está com um sorrisão tão largo na face que todos que veem a cena também sorriem. Se não tem ninguém por perto para assistir ao regresso, ele chama a todos para testemunhar o milagre.  Minha mãe pronúncia: “o que são as bênçãos de Deus!” Quando ela esquece da sua fala, meu pai mesmo a diz.
Para mim esta é a imagem do meu outro Pai.


O Verdadeiro Pastor também acorda de madrugada de segunda a segunda para ficar conosco. Na verdade Ele nem chega a dormir, pois ...”Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel”. Ele nos leva até os pastos verdejantes, nos alimenta dia após dia, prepara a água para matar nossa sede, leva-nos para o abrigo à noite e na hora da tempestade. Nós humanos não somos espertos como as vacas, na verdade somos mais parecidos com as ovelhas, por isso o Senhor nos compara com elas. Semelhantes ao rebanho ovino, não temos senso de direção e quando vemos o perigo, às vezes corremos para ele, ao invés de fugir. Ainda assim, Ele nos guarda e protege e se por algum motivo nos perdemos e não voltamos para a casa, ele sai a nossa procura. Pode ser noite, pode estar caindo uma tempestade, mas o Nosso Pastor sai andando pelas ladeiras e pedras, matagais cheios de serpentes e lama, mata fechada e terras longínquas. Quando nos encontra talvez ele já esteja cansado de nos procurar, ainda assim, nos pega no colo e conduz-nos de novo ao curral, onde temos um lugarzinho por Ele preparado, especialmente para nós, em meio às outras ovelhas.
Ele não está preocupado com o motivo que nos levou para longe, Ele só se preocupa com nosso estado. Ele pode estar cansado de saber que não passamos de “ovelhas negras”, porém não se cansa de vir em nosso socorro, Ele nunca desiste de nós. E que bonito: quando chega conosco, fraquinhos, no colo, o que se vê em seu rosto não é uma ruga de estresse, todavia um sorrisão largo, igual do meu outro pai. Na sua boca não está a frase: eu avisei que você não deveria se afastar do rebanho, contudo: venham todos se alegrar comigo, a minha amada ovelha está de volta.
Isso é ser pastor!
 Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas.
  Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.
João 10: 11 a 15

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