quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A pesca maravilhosa


Lucas 5
    1 Certo dia Jesus estava na praia do lago da Galiléia, e a multidão se apertava em volta dele para ouvir a mensagem de Deus.
    2 Ele viu dois barcos no lago, perto da praia. Os pescadores tinham saído deles e estavam lavando as redes.
    3 Jesus entrou num dos barcos, o de Simão, e pediu que ele o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se e começou a ensinar a multidão.
    4 Quando acabou de falar, Jesus disse a Simão: Leve o barco para um lugar onde o lago é bem fundo. E então você e os seus companheiros joguem as redes para pescar.
    5 Simão respondeu: Mestre, nós trabalhamos a noite toda e não pescamos nada. Mas, já que o senhor está mandando jogar as redes, eu vou obedecer.
    6 Quando eles jogaram as redes na água, pescaram tanto peixe, que as redes estavam se rebentando.
    7 Então fizeram um sinal para os companheiros que estavam no outro barco a fim de que viessem ajudá-los. Eles foram e encheram os dois barcos com tanto peixe, que os barcos quase afundaram.
    8 Quando Simão Pedro viu o que havia acontecido, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: _Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!
    9 Simão e os outros que estavam com ele ficaram admirados com a quantidade de peixes que haviam apanhado.
    10 Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão, também ficaram muito admirados. Então Jesus disse a Simão: _Não tenha medo! De agora em diante você vai pescar gente.
    11 Eles arrastaram os barcos para a praia, deixaram tudo e seguiram Jesus.
O trabalho de pescador não é um trabalho nem um pouco fácil. Exige além de bom conhecimento de navegação, conhecimentos meteorológicos e disposição para o trabalho braçal.
A pescaria até pode parecer o sonho de muitos que vêem nessa atividade a possibilidade de descanso mental, principalmente numa sociedade estressante como a nossa, mas nós sabemos que não há hobbye  que resista à rotina e, por mais que pescar seja diversão para alguns, para outros é trabalho, um desgastante trabalho, sinônimo de responsabilidade.
Livros da nossa literatura relatam a realidade desse desgastante trabalho que, às vezes, leva seus trabalhadores a ficarem dias longe de seus familiares, longes de casa, dormindo por muitas vezes em lugares sem conforto, comendo comidas improvisadas e correndo risco de vida. Um desses livros relata inclusive o embrutacimento que essa rotina tão dura provoca nessas pessoas, como a baixa estima, timidez, dificuldade de socialização devido à solidão no mar e ignorância de conhecimentos acadêmicos, pois esse trabalho priva o pescador de freqüentar escolas por diversas razões como tempo, dinheiro(baixa remuneração).
Não muito diferente dessa realidade era a vida de alguns homens a quem Jesus encontrou. Como toda profissão, o pescador também tem seus ossos do ofício. Um deles é ter de sair na noite atrás de peixes que não são encontrados sob o calor do sol, por isso Simão, André, Tiago, João e sua equipe passaram a noite toda trabalhando.
Eles haviam saído em dois barcos. Durante toda a noite lançaram suas redes, mas o mar não estava para peixe. Mudaram inúmeras vezes a posição do barco, porém as redes só voltavam vazias,  e olhe que o mar da Galileia era bom de peixe(Três tipos de peixes primeiramente os pescadores encontraram nestas águas na antiguidade
As sardinhas como eram os "dois pequenos peixes"que o menino trouxe na história da alimentação dos 5.000. As sardinhas e o pão eram a base da alimentação local Barbel é o Segundo tipo de peixe assim chamado por causa de um tipo de arame nos cantos de suas bocas.
O terceiro tipo é chamado de "musht" conhecido popularmente como o peixe de São Pedro. Este peixe tem uma espinha dorsal longa que parece com um pente.).
De manhãzinha eles voltaram cansados e o que é pior sem peixes. Ancoraram seus barcos e lavavam e consertavam suas redes, chateados, exaustos, só queriam ir para casa o mais rápido possível. Jesus andava na beira da praia e a multidão que o acompanhava o apertava, queriam tocá-lo, ouvi-lo, aprender com ele. Os mais fortes e persistentes ficavam mais próximos que podiam e muitos outros não conseguia sequer vê-lo. Ao ver os pescadores, Jesus pede um favor a Simão Pedro: que empreste seu barco para ser o púlpito, de onde todos poderiam vê-lo e ouvi-lo. Simão já devia um favor a Jesus( se bem que muitos não encarariam como favor a cura de sua sogra). Então Jesus entra no barco, que se afasta da praia para que o Senhor falasse naquela manhã. Terminada a lição Jesus pediu que eles levassem os barcos para um lugar fundo a fim de pescar. Imagine a cara daqueles homens quando Jesus disse isso, depois de passarem a noite toda no mar, cansados e ainda tinham certeza de que não havia peixe nenhum naquelas águas.
Simão tinha razões para dar várias desculpas, pense bem, se fosse você no lugar dele, provavelmente usaria sua melhor desculpa: poderia dizer que estava cansado de mais para voltar a alto mar, poderia dizer que tinha de descansar um pouco, pois teria compromissos mais tarde, poderia dizer que as redes não estavam prontas ou que teria de dar folga para os seus funcionários, já que, a final seu turno já tinha terminado, que já tinham passado horas em alto mar lançando as redes e que lá não tinha peixes ou poderia ter dado qualquer outra desculpa, como essas que nós damos quando nos chamam para ajudar no departamento infantil, ou na cozinha da igreja, ou limpar os banheiros, lavar louças que deixaram de ontem. Acho que só não existem desculpas quando se está escalado para tocar num culto especial.
Contudo, Pedro preferiu dar uma oportunidade a Jesus, mesmo sabendo que tudo ia contra o pedido que ele lhe fez. Obedeceu e jogou suas redes e o resultado? “A pesca maravilhosa”. As redes ficaram tão cheias que foi preciso chamar o barco de Zebedeu. Eles pegaram tantos peixes que os barcos quase foram a pique.
Todos ficaram maravilhados com o milagre que tinham acabado de ver, ou melhor, viver. Nessa hora acredito que o valor material daquela pesca nem tinha tanta importância mais, eles estavam tão admirados do poder de Deus, tão cientes da sua majestade, que quando Jesus fez aquele convite maravilhoso: o de deixarem de pescar peixes para pescar homens, no mesmo instantes largaram a pesca, os barcos, os empregados, até o próprio pai Zebedeu, no caso de João e Tiago e seguiram Jesus, passando a presenciar muitos outros milagres e pescas mais maravilhosas ainda.
Jesus nos convida também para pescarmos gente, mas para isso devemos deixar algo para obedecê-lo: nosso comodismo, nossas desculpas, talvez nossos barcos, redes, peixes, ou seja, nossos bens, empregos, familiares. Entretanto podemos também ser pescador de gente e agricultores; pescadores de gente e vendedores; pescadores de gente e professores; pescadores de gente e estudantes...
O que nos separa da pesca maravilhosa é o nosso grau de disposição e disponibilidade. Jesus nos manda lançar as redes. Talvez você esteja cansado de lançá-las e nada de peixes, porém Jesus está louco para encher suas redes. Ele tem nos dado as redes, o barco, até o mar, por que não haveria de dar também os peixes?

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